Biologia
Estudiosos do assunto acreditam que existam mais de 8.000
espécies destes animais, mas que somente são conhecidas aproximadamente 1.500.
Seu comprimento varia de 0,5 mm até 8 m. De um modo geral, as que se adaptam ao
cativeiro produzem uma média de 1.500 descendentes por ano, o que nos permite
dizer que uma minhoca que nasce em janeiro será bisavó em dezembro do mesmo
ano.
Com um tempo de vida médio de 6 a 7 anos, especialistas
referem que algumas espécies vivem até 16 anos em habitats que se estendem dos
trópicos aos pólos. Recuperando áreas áridas, servem ao homem e a terra há
milhões de anos.
Na Escala de Classificação Biológica dos Seres Vivos, a
minhoca está assim classificada:
- FILO: Annelida
- CLASSE: Oligochaeta
- ORDEM: Oligoqueta
- FAMÍLIA: Lumbricida
- GÊNERO: Lumbricus
Para se ter uma idéia de como é feita esta classificação, no
Filo Annelida existem 3 Classes:
- Oligochaeta: poucos pêlos. Exemplo: minhocas
- Polichaeta: muitos pêlos
- Hirudine: sem pêlos.
Exemplo: sanguessugas Estes animais têm características em
comum que os coloca no mesmo Filo, mas com diferenciações entre si que os
dividem em Classes.
As minhocas são, portanto, animais metazoários,
invertebrados, com simetria bilateral, corpo segmentado, interna e externamente
por anéis. Para melhor entendimento, é como se esses anéis fossem botões
superpostos e unidos por um fio. Cada botão (somito) tem uma correspondência
tanto externa como interna. O número de somitos varia com as diferentes
espécies podendo-se ter de 7 até 500 somitos.
Anatomia
Espécies
É muito difícil precisarmos quantas espécies de minhocas
existem na Terra. Estudiosos citam números entre 3.500 e 8.000. A verdade é que
cada região possui uma espécie de minhoca nativa, geralmente cinza, mas os pesquisadores
e criadores conseguiram desenvolver e adaptar espécies comerciais dentre as
quais incluem-se as vulgarmente chamadas "Vermelhas da Califórnia".
Dentre as espécies comerciais, citamos:
- Eisenia foetida
De origem européia (região centro-ocidental), sua reprodução
é antigônica (hermafrodita que se acasala para troca de esperma) com atividade
sexual durante o ano todo, produzindo grande quantidade de vermicomposto,
dejetos ou húmus.
Nos anos 40, foi a pioneira da minhocultura americana. Com
tamanho médio de 6 a 8 cm de comprimento, 0,3 a 0,5 cm de diâmetro e pesando
cerca de 0,8 gramas, come diariamente a quantidade de alimento equivalente ao
próprio peso, utilizando somente 3% deste para as suas necessidades vitais e
expelindo 60 a 70% em húmus.
- Lumbricus rubellus
Originária da Europa (região centro-ocidental), possui como
habitat as camadas superficiais do solo. Também é antigônica e com atividade
sexual durante todo o ano, produzindo grande quantidade de húmus. Substituiu a
E. foetida na continuidade da minhocultura americana.
- Eudrilus eugeniae
Com hábitos noturnos, esta espécie é originária da África
Ocidental, vulgarmente conhecida como 'gigante africana". Sua reprodução é
sempre antigônica com grande atividade sexual durante todo o ano.
Chega a atingir 30 cm de comprimento e na falta de alimentos
foge em massa dos canteiros. Atualmente, esta espécie é a preferida dos
pescadores nos principais centros criadores (Europa e EUA).
A diferenciação entre algumas espécies pode ser observada na
extremidade do corpo ("rabo"); a minhoca Eisenia apresenta ponta
arredondada e minhoca Eudrilus apresenta ponta cônica.
Sistema nervoso
Possui um sistema nervoso composto por um cérebro
rudimentar, do tipo ganglionar escalariforme, que coordena todas as funções
vitais e se estende longitudinalmente na parte ventral do corpo. atingindo
todos os somitos.
Sistema digestivo
Possui um aparelho digestivo completo, composto de: boca
(localizada na parte anterior - prostômio, pequena tromba), faringe, esôfago,
papo (moela), estômago, intestino e ânus. Todo tubo digestivo é recoberto ainda
pela dupla camada muscular interna, capaz de digerir grande quantidade de
materiais, razão pela qual Aristóteles referia-se a elas como "os
intestinos da terra". Dotada de glândulas calcíferas que neutralizam a
acidez dos alimentos a fim de produzir o humus com pH neutro.
Sistema respiratório e circulatório
As minhocas não possuem pulmões. Sua respiração é cutânea,
retirando o oxigênio do ar e do interior do solo através da pele que produz uma
substância viscosa auxiliadora (líquido celomático), tanto para a respiração
como para a locomoção, pois lubrifica o corpo facilitando sua penetração na
terra, protegendo a minhoca e também afastando os predadores devido ao seu odor
fétido.
Sabe-se também que é justamente esta substância que confere
poderes medicinais à minhoca. Quanto à circulação, possuem 5 pequenos corações
em forma de anéis que juntamente com duas redes de vasos - dorsal e ventral,
que completam o sistema circulatório fechado.
Sistema renal excretor
Cada anel possui um par de rins rudimentares, os nefrídeos,
que filtram o sangue e as impurezas do líquido celomático, formando assim a
urina rica em uréia e nitrogênio que é lançada para o exterior através dos
orifícios uriníferos, enriquecendo o solo com estas substâncias.
Sistema muscular e celomático
Para melhor entendermos a estrutura física da minhoca,
devemos imaginá-la como sendo dois tubos, um dentro do outro e fechados nas
extremidades. A epiderme e a dupla camada muscular externa envolveriam o tubo
de fora e, internamente, teríamos o aparelho digestivo, com outra dupla camada
muscular, ligado da boca ao ânus.
Entre a parede muscular e a parede digestiva existe uma
cavidade, como se fosse o interior de uma bexiga, chamada celoma que é
preenchida por uma substância, o líquido celomático. As paredes musculares são
compostas de duas camadas, a circular e a longitudinal, que são responsáveis
pelas funções digestiva, locomotora, de movimentação e penetração no solo, e
que dão à minhoca uma força capaz de deslocar obstáculos 60 vezes superior ao
seu próprio peso.
Esta dupla camada muscular é responsável pela composição de
70 a 85% de proteínas (peso seco). O líquido celomático, por sua vez, se ajusta
às necessidades pressórias com a contração e expansão internas e é expelido
sempre que necessário para estes ajustes de movimentos. Tem ainda a função
lubrificadora, refrigeradora, protetora e curativa.
Sentidos
Visão e audição:
- não possuem olhos nem ouvidos e sim, células lenticulares
fotossensíveis bastante desenvolvidas localizadas na pele, através das quais a
minhoca percebe a luz e o som, fugindo de ambos os estímulos.
Tato:
- células neuroepiteliais responsabilizam-se pelas sensações
que provocam a aproximação para o acasalamento, detecção de predadores,
prevenção de agressões ambientais (stress) e seleção de alimentos.
Locomoção:
- as minhocas possuem em média 4 pares de pêlos ou cerdas em
cada anel (somito) e através da fixação destes, da força muscular exercida e da
lubrificação da pele é que elas locomovem-se cavando o solo e criando galerias
por onde, posteriormente, infiltrarão a água e as raízes das plantas e ainda,
promovendo melhor arejamento do solo. Sua localização é importante na
diferenciação das espécies.
Regeneração:
A minhoca é, dentre os animais, a espécie que possui o maior
poder de regeneração. Se segmentarmos uma minhoca a partir do 30º anel, ela
conseguirá regenerar-se, "recriando a parte do corpo que foi segmentada.
A regeneração será tanto mais rápida quanto menor for o
segmento a ser regenerado, tanto anterior como posteriormente". Existem
pesquisas sobre a fantástica capacidade cicatrizante do minhocuçu (Rhinodrillus
alatus e Glossoscolex spp) que se regenera em apenas 3 horas após ser cortado
ao meio.
Objetivos da criação
A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que
mensalmente dá ao produtor, colheitas de dois produtos: a minhoca (carne)
propriamente dita e o seu húmus.
A minhoca é mundialmente criada com as finalidades
seguintes:
- Pesca, como isca;
- Composição de farinhas protéicas para diversos fins;
- Indústria farmacêutica para fabricação de medicamentos;
- Agricultura, recuperação de solos áridos;
- Transformação de resíduos orgânicos industriais, ecologia;
- Transformação de restos orgânicos agrícolas, sobras de
culturas;
- Transformação de restos urbanos: esgoto e lixo;
- Alimentação animal, (minhoca viva ou em ração) para: aves,
rãs, peixes, camarão, suínos, eqüinos, bovinos, etc...;
- Alimentação humana.
Já vimos anteriormente o pioneirismo e enriquecimento de Hug
Carter com a criação e utilização da minhoca como isca para a pesca nos EUA.
Hoje observamos também o exuberante crescimento dos sítios de lazer tipo
pesque-pague nas nossas principais cidades e nas regiões de usinas
hidroelétricas (Cesp, Cemig, Furnas, etc...).
Observando a composição e a qualidade de aminoácidos da
farinha de Eisenia foetida ("minhoca vermelha da Califórnia" - MDM),
fica fácil entender porque a minhoca desperta hoje tamanho interesse como fonte
produtora de proteína animal.
Instalações
Escolha do local
Deve ser um lugar fresco, sombreado, próximo a uma fonte de
água potável, longe de barulho de máquinas, motores, curiosos etc..
Construção dos canteiros
A criação de minhocas é feita em canteiros medindo 1m de
largura por um comprimento variável de acordo com as necessidades, forma do
terreno ou o desejo do criador. Suas beiradas devem ser de madeira, chapas
pré-moldadas ou de tijolos, de acordo com as circunstâncias e principalmente os
preços.
A profundidade dos canteiros deve ser de 30cm. Não ha
necessidade de fazer alicerces, mesmo para os tijolos, porque podem ser
apoiados diretamente sobre o solo. Bastam 4 fileiras de tijolos assentados com
saibro. O fundo do canteiro deve ser um pouco compactado exemplo fig 1.
fig 1
Pronto o serviço, devemos encher o canteiro com esterco bem
curtido. Este esterco deve ser bem lavado com água, para eliminar a urina,
multo ácida e prejudicial a elas. No dia seguinte, molhamos o esterco com um
esguicho ou regador e colocamos as minhocas, na proporção de 1 litro para cada
canteiro de 1m de largura por 4m de comprimento, quando da vermelha da
Califórnia ou 2 litros quando das espécies nacionais.
Quando usamos esterco, o húmus fica pronto em 45 a 50 dias
mas, quando usamos materiais orgânicos (restos, folhas, lixos etc.), há
necessidade de 90 dias para que o composto fique pronto. Segundo Morganti, o
maior criador de minhocas, do Brasil, a vermelha da Califórnia transforma o
esterco em húmus mais rapidamente, mas as nacionais têm maior capacidade para
transformar as matérias orgânicas. A única desvantagem das nossas minhocas é
que elas são menos prolíficas.
A umidade nos canteiros é importante, devendo ser de 35 a 50%
para as minhocas e de 40 a 45% para os minhocuçús. Na prática, podemos
verificar o grau de umidade do composto ou esterco em que estão as minhocas.
Para isso, pegamos um punhado da massa na mão e apertamos:
se não houver nenhum sinal de água ou de umidade, é porque a massa está seca
demais; se houver sinal de umidade, saindo algumas gotas, é porque está boa e
se escorrer água, entre nossos dedos, é porque há umidade em excesso. Para que
os canteiros mantenham a umidade desejada e também uma temperatura mais
constante, de 18 a 20, de preferência, devemos fazer uma cobertura de sapé ou
qualquer outra palha, sobre os canteiros.
Coleta
É a operação mais Importante, delicada e difícil, quando
manual. Para isso, retiramos a terra do canteiro, junto com as minhocas e
depois a peneiramos, separando os animais. Quando a quantidade for muito
grande, podemos usar separadores motorizados, parecidos com os cilindros
rotativos separadores de pedras, por tamanhos, muito usados em pedreiras.
As minhocas são, assim, separadas e depois embaladas para a
venda, incorporada ao solo nos locais das plantações ou colocadas em canteiros,
para a reprodução. Os minhocuçús, no entanto, devem ser coletados com ganchos
de arame, com todo o cuidado para não feri-los.
Minhocas em coelhários
Quem possui criação de coelhos, poderá fazer e com maiores
facilidades, uma boa criação de minhocas nas valetas existentes por baixo das
gaiolas, principalmente em galpões.
Podemos criar minhocas em tabuleiros ou caixas, inclusive
colocando-os em estantes com diversos andares ou prateleiras, economia de
espaço. Também em canteiros de hortas ou em jardins podem-as ser criadas, desde
que lhes proporcionemos as condições adequadas de alimentação, umidade etc.
Antes de iniciar a construção de canteiros, faça uma
cuidadosa profilaxia do local para uma completa prevenção contra os predadores
naturais das minhocas: formigas, traças, centopéias, sanguessugas, ratos e
tatus (roedores), sapos (anfíbios), cobras e lagartos (répteis), galinhas
(aves), porcos, etc.
Alimentos
Como vimos anteriormente, as minhocas "vermelhas da
Califórnia - MDM" se alimentam de preferência de resíduos orgânicos
decompostos ou em decomposição (restos de animais e vegetais).
Como fontes de matéria-prima, citamos:
- Esterco animal;
- Esterco de aves de granjas;
- Cama de frango;
- Esterco de galinhas poedeiras;
- Esterco de codornas, etc...;
- Esterco de porcos
- pocilgas;
- Esterco de cavalos
- haras;
- Esterco de coelhos;
- Esterco de gado
- leiteiro e confinado;
- Restos de culturas, jardins, hortifrutigranjeiros, etc..;
- Resíduos agro-industriais, laticínios, alimentares,
têxteis, etc;
- Lodo de esgoto doméstico;
- Lodo de esgoto urbano;
- Lixo domiciliar ou de condomínios fechados;
- lixo de usina urbana.
No que se refere à utilização de matéria-prima, é importante
ter conhecimento de que para cada substrato ou esterco corresponde uma
qualidade ou quantidade de húmus e que antes de sua utilização, assim como para
com os restos vegetais, é fundamental proceder a sua preparação.
Canteiros
Previamente à construção dos canteiros, deve-se planejar
corretamente o local onde serão instalados, levando-se em conta alguns fatores
como:
- local com água e energia elétrica próxima;
- local com possibilidade de expansão futura;
- local sem ruídos, sem ventos e sem variações bruscas de
temperatura;
- local arejado, o que auxilia a irrigação e conserva a
umidade.
Os canteiros podem ser feitos de qualquer material
disponível como por exemplo: a madeira, bambu, telhas, bloco de cimento ou
amianto, tijolos, etc. O importante na sua construção é não perder o
dimensionamento futuro.
Quanto ao seu tamanho, pode-se criar minhocas a partir de
caixotes até grandes canteiros para produção em escala comercial. Após a
construção dos canteiros, procede-se o seu enchimento.
O alimento preferido das minhocas é o esterco curtido. Como
a minhoca busca e seleciona o alimento, para não perder tempo, evite sempre que
possível, a mistura de matéria-prima. Pode-se, porém, misturar o esterco com
outros substratos orgânicos de forma a melhorar o arejamento e evitar a
compactação.
A quantidade de minhocas necessárias para um canteiro varia
com o tamanho e o tempo que se deseja para a transformação do substrato em húmus.
Sempre que se fala em povoamento de canteiros, a unidade de
medida usual é o litro, sendo que um litro de minhocas corresponde a 1kg e
contém, aproximadamente, 1.200 a 1.500 indivíduos (dependendo do tamanho das
matrizes), da espécie E. foetida e de 300 a 350 da E. Eugeniae.
É absolutamente imprescindível, também, que se tenha o
máximo de cuidado na escolha das matrizes para a iniciação do cultivo de
minhocas. Faremos uma analogia com o que se passa na escolha do rebanho para o
pecuarista.
Primeiro ele define o objetivo, se vai produzir leite ou
carne, para depois escolher o gado certo, pois geralmente, o gado que produz
leite não produz muita carne e vice-versa. A procedência das matrizes é de
fundamental importância para o iniciante.
Este é um dos principais fatores no sucesso futuro: boa
procedência das matrizes.
Manejo
Instaladas as matrizes, é necessário o manejo diário
(cuidados), observando-se as condições ideais para uma reprodução eficiente,
crescimento sadio e adequado, e a transformação em húmus aceleradamente.
Para que isso ocorra, verifique e mantenha as seguintes
condições no canteiro, a "casa" das minhocas:
pH = 7,0
temperatura = entre 17 e 22 CC
umidade = entre 80 a 85%
aeração = intensa
Condições ideais a serem observadas numa "casa" de
minhocas.
Colheita
Quando todo o substrato se transformar em húmus, é hora da
colheita: separação de húmus e minhoca. Este tempo dependerá da quantidade de
minhocas e do substrato do canteiro.
Dentre os métodos usados nesta separação, citamos:
- mesa;
- isca;
- elétrico;
- peneira;
- passagem direta;
- mecanizado.
A peneiração pode ser feita manualmente, de maneira simples
e eficiente para as pequenas criações. As peneiras mecânicas elétricas
vibratórias são utilizadas em criatórios grandes.
As minhocas caem ao final da peneira plana e o húmus vai
caindo ao longo da mesma saindo já embalado. É preferível usar este tipo de
peneira do que a peneira rotatória adaptada da construção civil que tem um
índice de morte, em torno de 30 a 50%, resultado de improvisações sempre
desastrosas.
Controles
Em qualquer criatório, mesmo pequeno, deve-se ter o cuidado
de fazer, diariamente, anotações com o objetivo de evitar perdas de dados e
números, pois somente assim poder-se-á tirar maior proveito das experiências
adquiridas.
Nos métodos convencionais, inicialmente, os criadores são
capazes de produzir de 200 a 250 kg de húmus e 1kg de minhocas por metro
quadrado a cada 45 dias, enquanto os produtores internacionais citam como média
a produção de 4 kg de minhocas/m2 e de 400 kg/ m2 de húmus /mês.
Armazenamento de húmus
Tanto a separação quanto a estocagem de húmus deve ser
efetuada em local abrigado do sol, em galpão coberto e bem ventilado. Os
produtores costumam estocar a granel, em montes ou ensacados em volumes de
40/60 litros. É fundamental manter a umidade do húmus para prolongar seu tempo
de vida útil.
O húmus
O húmus é o produto do substrato ingerido, transformado pelo
intestino da minhoca e enriquecido de seres vivos, matéria orgânicas e
nutrientes, totais e facilmente assimiláveis e absorvidos pelas raízes das
plantas. Por isso mesmo também chamado de "coquetel de microrganismos
vivos".
O húmus está para a planta assim como o leite materno está
para a criança recém-nascida.
O húmus é comumente usado para:
- Floricultura e paisagismo;
- Viveiros de mudas e estufas;
- Horticultura e hidrocultura;
- Culturas em estufas;
- Agricultura em geral;
- Fruticultura e pomares; Vasos em geral (envasamento).
O húmus, ao contrário dos adubos orgânicos, pode ser
utilizado em contato direto com as sementes e raízes, nas covas ou em linhas de
plantio, pois apresenta pH neutro, não queimando as mesmas. Comparado com o
esterco, o húmus contém 10 vezes mais nutrientes.
Sua liberação gradual torna-o uma fonte de alimentação
constante das raízes. Aumenta ainda a resistência das plantas às doenças e à
seca, prolongando os períodos de florada e frutificação, tornando as culturas
mais sadias e viçosas. Além do que é mais econômico que outros adubos químicos
porque não é disperso e levado pelas chuvas. Pode ser usado "in
natura", líquido a 10% e sólido (endurecido em formato de "ovo"
para plantas de interior envasadas, p.ex: samambaias).
Composição química do
húmus
Umidade
|
45 a 58%
|
Ph
|
6,80 a 7,54
|
Matéria orgânica
|
42 a 56%
|
Nitrogênio
|
1,66 a 3%
|
Fósforo
|
2 a 4%
|
Potássio
|
1,44 a 3%
|
Cálcio
|
8 a 10%
|
Magnésio
|
0,88 a 1,32 %
|
Ferro
|
0,82 a 1,84 %
|
Manganês
|
552 a 800*
|
Cobre
|
193 a 400*
|
Zinco
|
418 a 1235*
|
Cobalto
|
15 a 37*
|
Carga bacteriana
|
5x108 a 2x1 Q12 #
|
Cultura
|
Plantio
|
Cobertura
|
obs/sulco/saia
|
Limão, Laranja, Uva
|
500 g/cova
|
1,5 kg/pé
|
na saia com terra
|
Maçã, Pêssego, Pêra
|
600 g/cova
|
2,0 kg/pé
|
na saia com terra
|
Café, Chá, Cacau
|
500 g/cova
|
2,5 kg/pé
|
na saia com terra
|
Pinus, Eucalipto
|
500 g/cova
|
500 g/pé
|
-
|
Hortaliças, Legumes
|
100 g/cova
|
cultivo todo
|
200 g/m de sulco
|
Abacaxi, Morango
|
500 g/cova
|
cultivo todo
|
-
|
Milho Verde
|
400 g/cova
|
cultivo todo
|
200 g/m 2 vezes
|
Melão, Pepino, Abóbora
|
500 g/cova
|
cultivo todo
|
-
|
Plantas de interior
|
400 g/vaso
|
200 g 4 vezes/ano
|
-
|
Roseira e Arbustos
|
400 g/cova
|
500 g/m2/canteiro
|
-
|
Viveiros de Mudas
|
600 g/m2/canteiro
|
500 g/m2/canteiro
|
-
|
Cana
|
1 ton/ha
|
-
|
500 g/m de sulco
|
Feijão, Soja
|
1 ton/ha
|
-
|
200 g/m de sulco
|
Capineiras, Pastagens
|
500 g/m2/preparo
|
liq a 10% 2x/ano
|
descompactar
|
Gramados, Jardins, Campo de Futebol e Golfe
|
500 g/m2/preparo
|
400 g/m2/após o fimda primavera. Ao
semear, usar líq a 10%.
|
descompactar
|
Fotos
São fotos tiradas da
internet como exemplo para se montar um minhocario
Novas técnicas na criação
minhobox
A tecnologia
Minhobox se representa em duas etapas distintas: uma primeira, chamada de
consumo, em que as minhocas transformam o substrato da caixa em húmus, se
deslocando de cima para baixo durante o período. Ao final do consumo, insere-se
o momento chave da técnica Minhobox: a passagem das minhocas. Retira-se o fundo
estrategicamente removível da caixa e a acopla por cima de uma outra abastecida
de mais substrato. Na segunda etapa da técnica, as minhocas se transferem
naturalmente para a caixa inferior em busca de mais alimento e umidade maior,
deixando húmus pronto e puro na caixa superior. Comparado com o sistema tradicional de minhocultura em canteiros, o MINHOBOX apresenta certas vantagens:
Eliminação do
peneiramento —————————————————————
Maior
aproveitamento do espaço ———————————————————
Mobilidade
do minhocário ——————————————————————
Aproveitamento
maior da matéria-prima ————————————————
Proteção
do húmus contra pragas ——————————————————
Superprodução
de minhocas ————————————————————
Beneficiamento
facilitado do húmus —————————————————
Praticidade
na criação ————————————————————————
Produção
asséptica —————————————————————————
Obtenção
de dieta viva ———————————————————————
Utilização
de espécies não comerciais ————————————————
Rentabilidade
mais elevada —————————————————————
minhobed
O Minhobed é um sistema
horizontal de minhocultura em colchões plásticos, alternativo à técnica de criação
em canteiros, projetado para produção mensal em duas
versões: húmus e minhocas ou só húmus. O Minhobed se beneficia das principais
vantagens do método de criação em caixas e tem custo expressivamente menor. A nova técnica também desenvolvida pela equipe de zootecnistas da Minhobox apresenta vantagens que contornam as dificuldades dos métodos tradicionais de criação de minhocas:
Eliminação
do peneiramento —————————————————————
A exemplo do método de criação em caixas, as minhocas se transferem
voluntariamente de um substrato humificado para um outro abastecido de mais
alimento e com umidade mais elevada. A passagem das minhocas entre colchões
se faz em poucas horas, usando-se de mantas teladas que eliminam a
tradicional catação e o peneiramento para separação de minhocas.
|
Mobilidade
do minhocário ——————————————————————
O Minhobed permite ao minhocultor transferir o criatório para outras
instalações dentro de uma mesma propriedade ou até para locais mais
distantes. Além disso, o minhocário, por ser completamente desmontável, passa
a ser um bem comercializável, condição distinta dos canteiros cravados no
solo, construídos em alvenaria.
|
Controle
zootécnico efetivo —————————————————————
As tarefas de rotina do minhocário são controladas por plaquetas-calendário
de funcionamento simples e prático para poder se cumprir a produção
programada por mês. Pinos com a cor de cada um dos colchões são introduzidos
no orifício do dia certo do mês para indicar quando realizar a passagem das
minhocas, a incubação dos casulos, a colheita do húmus e das minhocas.
|
Dispensa
das reidratações —————————————————————
Abrigados em instalação coberta e protegidos por capas retráteis especiais
que protegem o substrato do ressecamento sem impedirem o arejamento, os
colchões preservam a umidade durante toda a humificação e, por isso, não
precisam ser molhados. O Minhobed dispensa as regas desaconselháveis que
freqüentemente se fazem pela produção de húmus em canteiros. Os módulos
priorizados para a obtenção mensal de minhocas são reidratados por mangueira
de poliéster na camada mediana do colchão no decorrer do desenvolvimento dos
filhotes.
|
Aproveitamento
maior da matéria-prima ———————————————
A transformação do húmus nos colchões se torna mais completa por serem
povoados sob densidade apropriada de minhocas para humificação e por lhes
oferecerem condições favoráveis para atuação. A transformação em húmus no
sistema convencional de minhocultura, por se processar com maior lentidão,
diminui a qualidade do substrato e provoca um decréscimo no consumo, ocasionando
desperdícios da matéria-prima.
|
Proteção
do húmus contra pragas ——————————————————
Isolado pelas capas retráteis, o substrato é humificado pelas minhocas sob
proteção contra a invasão de formas propagadoras de ervas daninhas. O húmus
obtido pelo Minhobed, ao contrário do produto final em canteiros, não se
infesta de sementes das palhadas usadas como coberturas e nem das espalhadas
pelo vento ou carregadas por fezes de pássaros.
|
Rentabilidade
mais elevada —————————————————————
Por economizar mão-de-obra — dispensam-se a catação de minhocas, regas,
peneiramento e combate aos predadores — aproveitar melhor a matéria-prima,
obter húmus e minhocas com melhor qualidade e permitir o cumprimento de
entregas programadas mensalmente, o Minhobed se torna mais produtivo e
rentável que a minhocultura em canteiros.
|
Proteção
contra predadores —————————————————————
As capas retráteis dos colchões impedem o acesso de pássaros às minhocas e o
pó não químico fixado periodicamente nas laterais dos colchões estabelece
barreira física contra a subida de formigas-predadoras. A propensão ao ataque
pelos inimigos naturais das minhocas criadas em canteiros não se repete no
sistema Minhobed.
|
Melhor
conforto térmico ———————————————————————
A instalação coberta que exige o Minhobed e o micro-ambiente gerado pelos
colchões amenizam as condições climáticas desfavoráveis à melhor atuação das
minhocas. Ao contrário da minhocultura em canteiros, o decréscimo da produção
ocasionado pela atividade sazonal da espécie gigante-africana (Eudrilus eugeniae), por exemplo, e os
prejuízos provocados por chuvas excessivas e pelo frio rigoroso são
insignificantes no Minhobed.
|
Comércio
A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que,
mensalmente, dá ao produtor, colheita de dois produtos; a minhoca (carne) e o
humus.
Se a criação for "amadora" pode-se direcionar a
minhoca viva para iscas, alimentação de aves ou coloca-las nos jardins e o
humus usado nos jardins, floreira e vasos em geral;
Se a criação for "profissional/comercial", o humus
deve ser vendido a granel ou embalado a floricultores, horticultores
(hidropônicos-fertirrigação), fruticultores, produtores de mudas;enquanto que a
carne pode ser direcionada para piscicultores, ranicultores, avicultores,
produtores de rações ou farinhas protéicas, indústria farmacêutica ou ainda
para tratamento de restos orgânicos industriais, urbanos e agrícolas.
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